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Gravidez ectópica


Gravidez ectópica

1 ano atrás / 5 min de leitura

Considera-se que um casal saudável, sem problemas de fertilidade, tem em média 17% de chance de engravidar a cada ciclo fértil da mulher (essa porcentagem pode variar conforme a idade). Porém, a fertilização do óvulo não é suficiente para viabilizar a gestação. Depois da fecundação, que acontece nas trompas, o embrião precisa migrar para o útero. Quando isso não acontece, em razão de alguma obstrução no caminho, temos uma gravidez ectópica. Trata-se de uma condição rara: segundo dados do Ministério da Saúde, 2% das gestações apresentam esse tipo de complicação. Entenda neste artigo o que leva a uma gravidez ectópica, quais são os sintomas e como diagnosticá-la. 

O que é gravidez ectópica?

A gravidez ectópica é uma condição médica grave, em que o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, na maioria dos casos, nas trompas de Falópio. Em raras ocasiões, a implantação ectópica ocorre no ovário (gravidez ovariana), no abdômen (gravidez abdominal) ou no colo do útero (gravidez cervical). Como o óvulo fertilizado não pode se desenvolver normalmente fora do útero, o feto não sobrevive. 

A gravidez ectópica deve ser interrompida, pois representa um perigo para a saúde da mulher. Se não for diagnosticada e tratada precocemente, pode resultar em complicações graves, como a ruptura das trompas de Falópio e hemorragias internas. Os sintomas incluem dor abdominal intensa, sangramento vaginal anormal e tonturas.

Causas e Fatores de Risco

A gravidez ectópica normalmente acontece quando há uma obstrução nas trompas, impedindo que o óvulo fecundado faça a passagem para o útero. Há certos fatores de risco que aumentam a chance de que esse tipo de obstrução ocorra. Entenda o que pode levar a uma gravidez ectópica. 

Lesões nas tubas uterinas

Danos prévios às trompas de Falópio devido a cirurgias, infecções sexualmente transmissíveis ou procedimentos médicos anteriores podem dificultar o movimento do óvulo fertilizado em direção ao útero, aumentando o risco de implantação ectópica.

Infecções passadas ou inflamações

Infecções anteriores nas trompas de Falópio ou no sistema reprodutivo, como doença inflamatória pélvica (DIP) e a endometriose, podem causar cicatrizes e estreitamento das tubas uterinas, tornando mais provável que o óvulo fertilizado fique retido no caminho, resultando em uma gravidez ectópica.

Tratamentos de fertilidade (ex: inseminação artificial)

Mulheres que passaram por procedimentos de fertilização assistida, como inseminação artificial, têm um risco ligeiramente aumentado de gravidez ectópica, pois frequentemente o processo envolve a manipulação das trompas de Falópio.

Histórico de cirurgia abdominal

Procedimentos abdominais anteriores, como cirurgia para tratamento de endometriose ou remoção de cistos ovarianos, podem causar aderências ou cicatrizes nas trompas de Falópio, tornando-as menos funcionais e propensas a gravidez ectópica.

Uso de contraceptivos intrauterinos (DIU)

Embora os DIU’s sejam altamente eficazes na prevenção da gravidez, em casos raros, uma gravidez ectópica pode ocorrer quando o método falha. É importante realizar verificações regulares para garantir que o DIU ainda esteja no lugar adequado. Embora o dispositivo seja projetado para ficar firmemente colocado no útero, há casos em que ele se move, devido a fatores como contrações uterinas, atividades sexuais vigorosas ou até mesmo uma inserção inicial inadequada do DIU.

Fatores de estilo de vida (ex: tabagismo)

Alguns estudos sugerem que o tabagismo aumenta o risco de gravidez ectópica, pois é capaz de afetar a função das trompas de Falópio e a motilidade do embrião. Reduzir ou eliminar o tabagismo é benéfico para a saúde como um todo, além de reduzir esse tipo de risco na gestação.

Complicações e Riscos

Uma gravidez ectópica pode durar até 16 semanas. No entanto, ela oferece sérios riscos à mãe. Não é possível mover o óvulo fecundado para o útero e ele não tem condições de se desenvolver em outros tecidos do organismo. A estrutura que envolve o feto se rompe, geralmente, entre seis e 16 semanas de gestação. Esse rompimento pode levar a sérias complicações. 

Ruptura da tuba uterina

Uma das complicações mais graves e potencialmente fatais de uma gravidez ectópica é a ruptura da tuba uterina. Conforme o embrião cresce, ele pode esticar e danificar a tuba, levando à sua ruptura. Isso causa dor abdominal intensa, sangramento interno grave e, se não for tratado imediatamente, pode resultar até mesmo em óbito.

Hemorragia interna

A implantação ectópica pode causar sangramento interno, que, se não for controlado, é capaz de levar à anemia ou evoluir para uma hemorragia. O sangramento interno é muitas vezes uma consequência da ruptura da tuba uterina e requer intervenção médica urgente.

Impacto na fertilidade e futuras gestações

Uma gravidez ectópica pode afetar a capacidade da mulher de conceber naturalmente no futuro, especialmente se uma ou ambas as tubas uterinas forem removidas ou danificadas em uma eventual cirurgia para tratar a condição. Mesmo se a fertilidade for preservada, o risco de outra gravidez ectópica aumenta. A recorrência é de cerca de 15%; já em mulheres com dois ou mais episódios prévios, essa taxa é de pelo menos 25%. É importante discutir com um profissional de saúde as opções de tratamento e as implicações para a fertilidade após uma gravidez ectópica.

Aspectos emocionais e psicológicos

Passar por uma gravidez ectópica pode ser um evento traumático para a mulher e seu parceiro. A expectativa da gravidez, seguida pela notícia de que a gestação não é viável e a necessidade de intervenção médica, é capaz de provocar sentimentos de frustração e depressão. Ainda que a mulher não estivesse tentando engravidar, uma gestação interrompida traz abalos emocionais. É importante buscar apoio, seja por meio de amigos, familiares ou aconselhamento profissional, para lidar com as emoções associadas a essa situação difícil.

Diagnóstico da gravidez ectópica

Em alguns casos, a mulher não suspeita que está grávida. Mesmo que haja atraso menstrual (como acontece 74% das vezes), nem sempre o teste de farmácia dá positivo. A mulher com uma gravidez ectópica apresenta os sintomas de forte dor abdominal, sangramento e náusea. A dor geralmente se localiza mais próxima à região pélvica, mas pode se espalhar por todo abdômen, chegando até aos ombros e ao pescoço. Os sintomas de uma gravidez ectópica frequentemente começam entre a sexta e a oitava semana de gravidez. 

Diante deste quadro clínico, para confirmar o diagnóstico, o médico solicita um exame Beta hCG (para confirmação da gravidez) e uma ultrassonografia transvaginal. É ela quem vai mostrar se o embrião está localizado fora do útero. Em casos raros, até mesmo o teste Beta hCG se apresenta negativo e apenas o ultrassom confirma a gravidez ectópica.

O tratamento indicado vai depender do número de semanas da gravidez, de onde o óvulo fecundado está localizado e do tamanho do saco gestacional. Até as oito semanas de gestação, normalmente, a preferência de tratamento é pela via medicamentosa: uma injeção de metotrexato interrompe o desenvolvimento embrionário. Se a gravidez estiver mais avançada ou outras complicações ocorrerem, o médico indica uma cirurgia aberta ou laparoscópica. O objetivo é retirar o embrião, sem remover ou danificar as trompas, mas nem sempre é possível. 

Pós-operatório da gravidez ectópica

Se uma cirurgia tiver sido necessária, o pós-operatório exige muitos cuidados para evitar outras complicações e infecções. No mínimo 15 dias de afastamento e repouso são indicados para uma plena recuperação, que neste caso é física e psicológica. A higiene no pós-operatório é altamente relevante para não facilitar o desenvolvimento de infecções. 

As roupas íntimas descartáveis podem ajudar no conforto, na segurança e na higiene durante esta fase de recuperação. Na loja online da Bigfral, você encontra diversas opções de alta qualidade para te apoiar neste momento difícil. Busque o amparo da família e dos amigos, e procure elaborar os sentimentos que surgirem ao longo do processo. Se necessário procure um terapeuta e siga com o acompanhamento médico regular. 

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