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Sintomas psicológicos na menopausa
10 meses atrás / 6 min de leitura
Muito se fala sobre os sintomas e implicações físicas da menopausa: ondas de calor, fadiga, risco aumentado de osteoporose, ressecamento vaginal, incontinência urinária. No entanto, a saúde mental também é um ponto de atenção nessa fase. Ansiedade, tristeza, desânimo e irritabilidade são sintomas psicológicos que atingem as mulheres no climatério, período que compreende os anos anteriores e posteriores à data da última menstruação. De acordo com uma pesquisa divulgada pela USP, 30% das mulheres na pré e pós-menopausa apresentam sintomas psicológicos como esses.
As estatísticas desanimam, mas com informação, acompanhamento médico, amparo profissional e familiar é possível viver essa transição de forma mais leve. Aprenda neste artigo o que acontece com a mente na menopausa e como enfrentar as mudanças emocionais dessa fase.
Transição hormonal e suas implicações psicológicas
Tecnicamente falando, a menopausa é a data da última menstruação da mulher e marca o fim da sua vida reprodutiva. Mas, isso não acontece de um dia para o outro. Trata-se de uma transição, chamada de climatério, que começa por volta dos 40 anos. Gradualmente, os ovários vão diminuindo a produção dos hormônios estrogênio e progesterona. Os ciclos menstruais começam a ficar irregulares, sintomas físicos e psicológicos aparecem. Estes hormônios influenciam neurotransmissores no cérebro, incluindo serotonina e dopamina, que desempenham um papel fundamental no equilíbrio emocional. Portanto, quando seus níveis se alteram, naturalmente, a capacidade de regulação emocional fica comprometida.
Em se tratando de questões psicológicas, porém, cada mulher vai sentir essas alterações de uma forma, de acordo com seu contexto social, econômico e história de vida. Quando se fala de sintomas emocionais da menopausa, é sempre importante ressaltar o caráter biológico e psicossocial das mudanças experimentadas pelas mulheres.
Sintomas psicológicos comuns na menopausa
De certa forma, as mulheres se acostumaram com uma certa flutuação hormonal – e consequentemente com as alterações de humor – ao longo de sua vida reprodutiva, por causa dos ciclos menstruais. Entretanto, o ritmo dessas flutuações se modifica de forma determinante na menopausa. A produção do estrogênio vai declinando progressivamente e aquela alternância de melhora e piora do humor marcada pela fase ovulatória e pré-menstrual fica confusa. Veja quais são os principais sintomas psicológicos do climatério:
Irritabilidade
Uma pesquisa realizada pela Bigfral em parceria com o Instituto Datafolha mostrou que a irritabilidade é um dos sintomas psicológicos mais comuns da menopausa (a prevalência foi de 55%). Ela pode ser associada não apenas às flutuações hormonais como aos sintomas físicos comuns nesse período. Experimentar ondas de calor e distúrbios do sono deixaria qualquer um mais irritado, não é mesmo?
Mudanças de humor súbitas
Diversos hormônios, como a serotonina, dopamina, noradrenalina e cortisol, estão envolvidos na modulação do estado emocional. Eles operam em uma complexa rede de interações com todo o organismo, inclusive com os hormônios sexuais, como o estrogênio e progesterona, que entram em declínio no climatério. Quando esse funcionamento se altera, as mudanças de humor podem ser experimentadas de forma súbita. Um dia em profunda tristeza e outro em um pico de excitação.
Ansiedade
A ansiedade, que pode ser caracterizada por um sentimento agitado de antecipação, pavor ou medo, também ficou entre os sintomas psicológicos mais comuns entre as mulheres na menopausa (47%). Todos nós experimentamos ansiedade em algum momento da vida, mas no climatério essa sensação pode se acentuar por um misto de fatores hormonais e psicossociais. Em situações mais graves, é possível que ela venha acompanhada de sintomas de ataque de pânico como falta de ar, dor no peito, tontura, palpitações, ou sensação de estar “fora de controle”. É importante observar se a ansiedade na menopausa está sendo experimentada de forma pontual ou se está impedindo atividades cotidianas, o que pode evoluir para o transtorno de ansiedade generalizada (TAG). Só um diagnóstico médico poderá fazer essa avaliação.
Preocupações relacionadas às mudanças físicas
Corpo e mente estão intimamente ligados. As diversas alterações físicas trazidas pela menopausa são capazes de contribuir para a sensação de preocupação, tristeza ou ansiedade. Muitas mulheres relatam diminuição da libido e ressecamento vaginal — causando eventualmente dor durante a relação sexual — o que pode levar a preocupações dentro dos relacionamentos amorosos.
Outro sintoma psicológico comum na menopausa é a sensação de confusão mental, dificuldade de concentração e alterações na memória. De repente, lembranças simples fogem da mente. Algumas mulheres se assustam, achando que pode se tratar de Alzheimer ou outro tipo de demência, o que raramente é o caso. Os médicos acreditam que os fogachos (ondas de calor) e distúrbios do sono contribuem para essa confusão mental.
Ansiedade em relação ao envelhecimento
Em uma sociedade como a nossa, que supervaloriza a juventude, a sensação de estar envelhecendo pode causar ansiedade e preocupação. Sabemos também que a pressão estética para se manter jovem é muito mais intensa sobre as mulheres. O fim dos ciclos reprodutivos é frequentemente um momento de encarar o processo de envelhecimento. Para as mulheres, perder a capacidade reprodutiva também pode trazer um medo de perder a “feminilidade”. A boa notícia é que essa pressão estética pela juventude e feminilidade vem se tornando, por si só, obsoleta. Socialmente, estamos revendo esses conceitos. Apesar de todos incômodos, cada vez mais, as mulheres estão entendendo a menopausa não como um fim, mas como uma transição para uma nova fase, a oportunidade de reinventar a relação com o próprio corpo, com o trabalho, os relacionamentos e com a vida.
Depressão
Muitas mulheres se perguntam se é normal sentir tristeza na menopausa. A resposta é: até certo ponto, sim. O declínio na produção de estrogênio está relacionado à sensação de desânimo. No entanto, se a tristeza é profunda, constante e incapacitante, é preciso considerar um quadro de depressão. Se sentir deprimido eventualmente é diferente da depressão clínica. De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Menopausa, os riscos da depressão na menopausa são maiores quando há histórico de depressão anterior (incluindo síndrome pré-menstrual e depressão pós-parto) e quando a transição para a menopausa efetiva foi mais longa ou com sintomas severos.
Impacto das alterações hormonais na saúde mental
Como você pôde perceber, as alterações hormonais influenciam diretamente os sintomas psicológicos da menopausa. No entanto, eles precisam ser analisados em conjunto com os aspectos sociais, culturais e do histórico pessoal de cada mulher. Uma depressão na menopausa, por exemplo, dificilmente terá um fundo exclusivamente hormonal. Esse é um momento que envolve outras grandes mudanças de vida, que podem trazer angústias: transições de carreira, saída dos filhos de casa, aposentadoria, divórcio ou conflitos com o parceiro. Além, é claro, de toda pressão cultural relacionada ao envelhecimento.
Por isso é necessário que a mulher na menopausa busque uma abordagem de saúde integrada: saúde física e mental. Seu ginecologista deve acompanhar todo processo, mas caso você sinta necessidade, não hesite em procurar a ajuda especializada de psicólogo para ajudar a elaborar todas as emoções que vêm à tona e ficam um tanto quanto confusas nessa fase.
Impacto nos relacionamentos interpessoais
Nesse sentido, os relacionamentos interpessoais são um ponto que merece atenção e cuidado durante a menopausa. É fundamental ter informação e consciência das dinâmicas emocionais e psicológicas dessa fase, até para que isso possa ser comunicado de forma clara às pessoas que convivem com você. Converse com seu parceiro, com sua família e seus amigos sobre o assunto. Valide seus sentimentos, angústias e medos. Não os despreze meramente como “culpa dos hormônios”.
Os sintomas físicos como, por exemplo, a incontinência urinária (que atinge cerca de 20% das mulheres no climatério) também podem fazer com que muitas delas se afastem do convívio social. Busque ajuda profissional e converse com quem você ama. O isolamento pode agravar outros sintomas psicológicos.
Importância do suporte psicológico e estratégias de enfrentamento
A menopausa não tem “cura”, até porque não é uma doença. Trata-se de uma fase de transição natural do corpo. Os sintomas mais incômodos, contudo, podem ser aliviados com o tratamento adequado. Até o momento, a Terapia de Reposição Hormonal é a abordagem mais indicada, mas não necessariamente para todos os casos. De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Menopausa, a reposição hormonal é contraindicada a mulheres que tiveram câncer de mama e de endométrio, doença hepática, histórico de coágulos e doenças cardiovasculares. O médico deve fazer uma avaliação para pesar os riscos e benefícios.
Além da terapia de reposição hormonal, fazer mudanças no estilo de vida contribui significativamente para se adaptar melhor às mudanças da menopausa. Cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos, parar de fumar e diminuir o consumo de álcool são estratégias de longo prazo para aumentar a qualidade de vida nessa fase. No caso dos sintomas emocionais, vale também considerar o suporte psicológico profissional. E o mais importante: fique atenta às suas emoções, se auto-observe e não coloque tudo na conta da menopausa. Quando a tristeza e a ansiedade tomam conta da rotina, é hora de procurar ajuda profissional.
Bigfral acredita que é possível viver a menopausa de forma mais leve e segura. Por isso, criamos o movimento Juntas e Seguras, com a missão de ajudar mulheres a falar de forma aberta e descomplicada sobre a menopausa e o amadurecimento feminino. Com informação e diálogo aberto, contribuímos para a formação de um ambiente mais acolhedor em que as mulheres não se sintam isoladas ou estigmatizadas. No nosso site, você vai encontrar diversos conteúdos exclusivos para te apoiar nessa jornada.
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